HEDLEY TAVENOR
Conheci o Hedley em Windhoek, capital da Namibia em 2010, quando fui comprar as motas para fazermos os BIG SIX. Na altura além de vendedor era também mecânico da BMW em Windhoek.
Namibiano, que se recusa a ser considerado Alemão e um mecânico fantástico.
Desde se disponibilizar a ir a Luanda fazer as revisões às motas a levar uma suspensão da frente a Dar as Salam quando viemos de Angola para Portugal o Hedley está sempre disponível.
Essa relação profissional desenvolveu-se a uma relação pessoal de amizade e depois de algumas cervejas em casa dele ou na minha, é daquelas pessoas que agradeço ao mundo das motas ter-me dado a oportunidade de conhecer.
JOÃO LUÍS
Pouco antes de começar os BIG SIX descobri que havia um Português que tinha saído de Portugal em direção a Luanda e que nos iríamos cruzar durante a nossa viagem.
Comecei a fazer uns contactos e pesquisas na net e descobri que se tudo lhe corresse bem iríamos estar na mesma altura em Cape Town.
Entrei em contacto com ele e combinamos então jantarmos em Cape Town.
Era a véspera do jogo Portugal vs Coreia para o Campeonato do Mundo de Futebol na Africa do Sul e o jogo ia ser precisamente em Cape Town, por isso a cidade estava num alvoroço.
Lá conseguimos arranjar um restaurante e à hora combinada, lá apareceu o João Luís.
Na sua boa maneira de ser simples e sem cerimónias logo se apresentou e passamos um jantar fantástico a ouvir as suas histórias hilariantes com que nos tem habituado ao logo destes anos.
O João Luís é sem duvida o Maior viajante Português de todos os tempos. Digo isto sem querer ferir suscetibilidades, mas é a minha opinião. Possivelmente tenho mais quilómetros que ele de mota e ja passei por mais países que ele, mas ele fa-lo sozinho, sem GPS e com um espirito único.
ALICIA SORNOSA
Dia 25 de Novembro, pela manhã, estávamos nós a fazer a ligação de Nairobi para Marsabit, quando de repente vi dois motards a virem em sentido contrário.
Como não é habitual ver motas por aquela zona comecei a abrandar o ritmo e parei.
Saí da mota e depressa me apercebi que um desses motards, não era um, mas sim UMA motard a Alicia. A mota era uma BMW F650 GS, mas rebaixada e ele era o Miquel Silvestre escritor e viajante de mota.
Muito simpáticos la nos relataram que tinham tido problemas na estrada de Moyale, pois a mota da Alicia como era rebaixada, acabou por bater numa pedra e partir o carter.
Isso deixou-nos de pré-aviso sobre o que iríamos encontrar, mas para nós o problema não foram as pedras, mas sim a chuva e a lama.
MIDHAT MAHIR
Ao chegar à fronteira da Etiópia com o Sudão tínhamos à nossa espera o Guia que havíamos contratado, por sugestão do João Luís.
Rapidamente um fulano com a t-shirt da Google veio ter connosco e disse "Eu sou o vosso guia para o Sudão e por isso podem ficar descansados que eu trato de tudo".
A verdade é que o Midhat tratou mesmo de tudo. Ele e a sua equipa não só nos "escoltaram" por todo o Sudão, como tratavam de ter sempre fruta e agua no carro deles, proporcionam um lanche na margem do rio Nilo, com direito a tapetes no chão e para acabar em beleza na ultima noite em Wadi Halfa convidou-nos para ir a casa da mãe jantar. Nesse jantar contou-nos a fantástica historia da sua BMW que tinha comprado ao estado, pois tinha pertencido a um Holandês que tinha "sido comido por hienas no deserto" O governo Sudanês soube da razão da morte, pois ao encontrarem os restos mortais do motard, junto a ele estava uma câmara fotográfica, que ao revelarem o rolo depararam com as ultimas fotos da vida dele, pois ele tinha fotografado a sua morte.
O Midhat é dos poucos humanos humildes e prontos a darem tudo o que têm aos outros, bem hajas Midhat.
JOSÉ RAMOS
Quando o Mário Pereira me disse que tinha um cunhado que era um engenhocas da electrónica, nunca imaginei que esse engenhocas era um SENHOR DA ELETRÓNICA.
Conheci melhor o José Ramos em 2012 na preparação do Pacific Way, por precisar de arranjar um GPS novo e lá fui eu a casa dele. Fui recebido como um grande amigo de longa data e quando nos recebem desta forma em sua casa a empatia aparece logo.
Além de ter tido a paciência de me aturar teve ainda tempo para me resolver o problema e após isso sempre que preciso de algo das suas "engenhocas" electrónicas, basta ligar e de imediato o José Ramos está disponível.
Em 2018 em conversa disse-me que tinha um engenho novo em estudo, mas pediu-me para não falar a ninguém, mas gostava de saber a minha opinião, disse-lhe que fosse para a frente pois achava que era algo que faltava no mercado. Em 2019 recebi em minha casa o dito "engenho" que ainda não tinha ido para comercialização, hoje esse engenho é um sucesso e eu fico feliz por isso. Esse engenho é o carregador duplo USB para motas BMW à prova de agua, que é vendido pela Touratech, Wunderlich, etc, mas foi inventado e feito pelo José Ramos.
DALE WALKSLER
Na Carolina do Norte soube da existência de um Museu chamado Wheels Trough Time que ficava em Maggie Valey e que era o melhor Museu do Mundo de motas antigas. Como é obvio não resistimos e la fomos visitar o dito museu.
Quando chegamos apareceu do nada um Senhor numa Harley Davidson toda ferrugenta e a fazer um barulho imenso. Parou ao meu lado e perguntou quem nós éramos, Expliquei-lhe que estávamos a dar a volta ao Mundo e ele logo disse "São meus convidados, venham daí que o Dale vai fazer-vos uma visita guiada". O museu está num armazém com cerca de 11.000 mts2 e tem centenas de motas expostas.
O Dale começou a colecionar motas em 1969 e ao longo destes anos conseguiu juntar uma coleção única no mundo one conta com motas como uma Pierce de 1909 que pertenceu ao Steve McQueen.
Ele além de nos fazer uma visita guiada, fez questão de nos mostrar que todas as motas expostas trabalham, apesar do seu aspecto.
Foi um dia memorável que nunca mais esquecerei.
LORE EVA
A Lore Eva foi a nossa salvação na Argentina.
Quando preparei a ida das motas tive o contacto com ela por telefone e pareceu-me ser uma pessoa simpática, mas quando a conheci pessoalmente percebi que a simpatia dela era enorme e que estávamos em boas mãos.
A Lore foi a despachante (minha colega de profissão) que tratou do desalfandegamento das motas e do carro de apoio em Buenos Aires na Alfândega. tudo seria simples se não estivesse a Argentina no meio de uma crise política e com greves em todos os sectores, incluindo a Alfândega.
A Lore foi incansável e percebeu que quanto mais se atrasasse a saída das motas e do carro, mais complicada a nossa vida ficava.
Sem duvida foi um anjo que conheci.
JOSÉ CARLOS AGUIAR
Quando em 2010 o conheci e lhe expliquei que pretendia dar a volta ao Mundo de mota e que iria precisar do seu apoio, logo se prontificou.
O Zé Carlos (meu xará) tem sido ao longo dos anos uma pessoa que nunca se recusou a ajudar dentro das suas possibilidades.
Pode não ser a pessoa mais simpática em certas alturas, pois está sempre com a cabeça a pensar como fazer o grupo Antero naquilo que hoje é, na minha opinião a melhor loja de motas e acessórios de Portugal.
Quem o conhece fora do trabalho percebe que o Zé Carlos é uma pessoa simpática e de trato agradável e sem duvida um excelente profissional, pronto a ajudar naquilo que está ao seu alcance. O apoio que ele pessoalmente e o Grupo Antero me deu ao longo destes anos é inqualificável.